De 5 a 6 de Abril de 2005 teve lugar, na Universidade de Rouen, um colóquio em homenagem do 50.º aniversário da publicação da grande obra de Cheikh Anta Diop: Nations nègres et culture.
O seu ensinamento acerca dos fundamentos de uma civilização africana moderna, dos princípios da constituição de uma federação de Estados democráticos africanos, bem como acerca da identidade cultural entre o Egipto e a África Negra, e da unidade linguística na segunda, mereceram um colóquio em torno do percurso excepcional de uma das personalidades científicas mais inquietantes da África contemporânea.
Temas muito prezados por Cheikh Anta Diop, tal como a África e o Ocidente (Capítulo I), as raízes egípcias da civilização africana (Capítulo II) e o contributo da comunidade negra e do Egipto para a civilização (Capítulo III) constituem as diferentes partes desta obra.
“Os poucos factos aqui apresentados demonstram que não é de modo algum necessário lançar-se numa argumentação complexa para desempatar os
protagonistas do debate em torno das relações
egipto-africanas. No plano estritamente científico, as tradições africanas, pela sua relação decisiva, permitem actualmente encerrar o debate e classificar melhor a civilização egípcia; porém, não somos ingénuos ao ponto de acreditar que tal sucederá em breve, tendo em conta que as motivações que animam alguns estão longe de ser puramente científicas. Por outras palavras, a ideologia que tanto prejudicou a África e os Africanos ainda vai, infelizmente, perdurar por mais tempo.”
A. Moussa Lam
Universidade Cheikh Anta Diop, Dakar
Discurso de abertura do colóquio
pelo Presidente da A. S. E. R.
Prefácio: Falsificação da história
I.
A África e o Ocidente
A ruptura da consciência histórica africana:
o principal obstáculo para o renascimento africano
Bwemba Bong
Introdução
1. A consciência histórica da África Negra enquanto
base da resistência do povo negro
2. As fragilidades e os defeitos da sociedade africana
3. As lições que a África Negra deve extrair da história
A Guerra do Biafra: desinformação e manipulação dos média? Análise de quatro diários importantes: Le Monde, Le Figaro,
La Croix e L’Humanité
Momar Mbaye
Introdução
1. As causas
1.1. As causas passadas e imediatas
1.2. As causas estratégicas e económicas
1.3. As causas religiosas
2. Horrores e responsabilidades
2.1. O horror absoluto
2.2. A responsabilidade das grandes potências e das opiniões públicas
2.3. As responsabilidades dos líderes africanos e de Lagos
3. Soluções e papel da França
3.1. As soluções
3.1.1. Socorrer o corajoso povo biafrense
3.1.2. Repensar a federação
3.2. Paris e o conflito
3.2.1. Uma política louvável
3.2.2. Uma acusação indevida
Conclusão
Francês/Línguas Africanas: colonização linguística
ontem e hoje, aqui e ali
Bernard Zongo
Introdução
1. Linguística africanista e ideologia glotofágica
1.1. Período colonial: a chegada às colónias
ou a linguística “pragmática"
1.2. Período moderno: triunfo do formalismo e missão civilizadora a partir de 1945
1.3. A sociolinguística e as suas torpezas: os anos 60
1.4. A partir dos anos 70: instituições francófonas ao serviço
da expansão do francês
2. Política linguística francesa e línguas minoritárias:
ideologia do paradoxo
2.1. As línguas africanas em França e a política linguística francesa
2.1.1. As línguas de imigração em França
2.1.2. A política linguística francesa
2.1.3. A legitimidade da estratificação etnolinguística e normas
2.2. A concepção ideológica do bilinguismo: o relatório Bénisti
Conclusão
Referências Bibliográficas
II.
As origens egípcias da civilização africana
Cheikh Anta Diop: o homem e a obra
Cheikh M’Backé Diop
Introdução
1. O contexto histórico e ideológico no início do século XX
2. A resistência africana e a restauração da consciência histórica
3. A obra histórica e egiptológica de Cheikh Anta Diop
3.1. A reconstituição científica do passado da África
3.2. As principais temáticas desenvolvidas por Cheikh Anta Diop
3.3. A fecundidade da obra: contributo metodológico e acervo do colóquio do Cairo
4. A continuação da obra histórica e egiptológica
4.1. O período da investigação solitária: 1946-1970
4.2. Théophile Obenga encontra Cheikh Anta Diop
4.3. A Escola africana de egiptologia
5. O Renascimento da África e a edificação de uma civilização
planetária
Estado das investigações acerca das semelhanças entre a arte Egípcia Antiga e a da África Negra
Babacar Mbaye Diop
Introdução
1. O estilo africano e a essência da arte egípcia
2. Alguns exemplos de semelhança entre objectos africanos e objectos egípcios
3. Será esta semelhança identitária ou uma simples analogia?
Referências Bibliográficas
Estado das investigações acerca da Antiguidade Africana
Babacar Sall
Introdução
1. Generalidades e problemática
2. A documentação
2.1. As fontes textuais
2.2. As fontes arqueológicas
3. Panorama
Conclusão
Egipto Antigo e África Negra: alguns factores novos que
esclarecem as suas relações
Aboubacry Moussa Lam
Introdução
1. O debate
2. A amostra
3. Novos factores
3.1. As partes do corpo
3.2. A água
3.3. A agricultura
3.4. Pigmeu e anão
3.5. O hipopótamo e o cavalo
4. Esclarecimento das tradições
Conclusão
“Afrocentricidade”: polémica em torno de um conceito
Doudou Dieng
1. O pensamento africano na história do pensamento
2. Posicionamento do conceito: dúvida e inteligibilidade metodológicas
III.
O contributo da comunidade negra e do Egipto
para a civilização
A história das ciências e das técnicas na África negra
Jean Paul Mbelek
Introdução
1. A África, berço da humanidade
2. A África, berço da escrita
3. A África inventa o zero
4. A multiplicação e a divisão egípcias
5. A sobrevivência das tradições erudita e criativa africanas
6. Apêndice: A multiplicação e a divisão egípcias
6.1. A multiplicação egípcia
6.2. A divisão egípcia
6.3. A demonstração
Contributo das cosmogonias dogons para a problemática da “origem” da civilização: a necessidade do trágico no seio da divindade
Cheikh Moctar Bâ
Introdução
1. O que justifica a revolta de Ogo?
2. A necessidade do “roubo do fogo"
3. A Civilização como consequência do “trágico”
Referências Bibliográficas
O Egipto na obra de Platão
Théophile Obenga
1. Platão estudou no Egipto
2. O Egipto na obra de Platão
3. Platão egipcianiza as palavras ao invés de as grecizar
4. O que representa o Egipto para Platão?
4.1. O Egipto é o país da mais Alta Antiguidade
4.2. O Egipto é o berço da escrita e das ciências
4.3. O Egipto enquanto modelo de organização artística e intelectual
4.4. O Egipto enquanto detentor da melhor pedagogia para ensinar as matemáticas às crianças
5. Plutarco, conciliador da teologia dos Egípcios com a filosofia de Platão
Resumos
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