A Razão nasceu entre os negros: eis o «escândalo» que está no cerne da obra de C. A. Diop. Ao passo que fascina alguns, também perturba e incomoda outros. Para entender plenamente o seu intento, é necessário retomar o longo debate lançado a propósito de África aos olhos do Ocidente, desde o Renascimento. Com uma força de trabalho ímpar e uma vasta cultura, o ilustre autor de Nations nègres et culture enfrentou uma geração de potentados da ciência, chegando a semear o pânico entre os guardiões do templo e a questionar alguns mitos impostos pelo poder colonial.
O investigador multifacetado é habitado por um único problema: afirmar a função civilizadora dos africanos na História. Demonstrar que o continente negro é o berço da Humanidade e que foi o Egipto negro que inventou as ciências e as técnicas, as matemáticas e a filosofia, a escrita e a religião, é, na perspectiva de C. A. Diop, repor a verdade toldada durante muito tempo pelo «mito do negro». Para o insigne investigador senegalês, não existe o «milagre grego» propriamente dito, sendo aí que reside inteiramente o problema. O egiptólogo nativo é um herético do saber instituído. Embora restitua ao negro a sua memória, anuncia também o fim das certezas e abre novos caminhos para a investigação em África e sobre África, para além dos contributos africanistas.
Para administrar o legado deste grande investigador, é necessário recuperar a capacidade de criar que ele aspirou a despertar em cada africano. Os mestres da verdade vêem-se tentados a ocultar o contributo de C. A. Diop para a história das ciências. Eis o motivo pelo qual Jean-Marc Ela convida os jovens africanos a descobrir friamente uma obra incontornável que continua a desafiar a inteligência do nosso tempo.
Introdução
I. A hora de Cheikh Anta Diop
Um mundo fragmentado
Os artifícios da racionalidade europeia
O fim de uma visão
II. Um único tema: África
Um único tema, diversas perspectivas
Um problema de método
III. A razão nasceu entre os negros
O declínio dos absolutos
Verdade escandalosa
IV. Consciência histórica e revolução africana
O problema da história africana
O respeito do real
Do conhecimento histórico à consciência política
V. Colonização e o problema nacional
Uma ficção histórica?
A questão colonial rente à terra
O sonho de um pan-africanismo
A memória de um povo
VI. Responsabilidades sociais e políticas do investigador
À margem da universidade
O cientista e o seu povo
Um desafio político
Propaganda ou verdade?
Para uma ciência ao serviço do homem
O desafio das novas gerações africanas
Referências Bibliográficas
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